A narrativa ortodoxamente divide-se em três partes: Apresentação, Desenvolvimento e Desfecho.
Apresentação
É necessário apresentar ao leitor a história como um todo. Então pensemos que as personagens, o cenário, os fatos ocorridos, o motivo que provocou o enredo, o período de tempo, tudo isso deve ser apresentado diante do leitor para que ele possa captar os sentidos daquilo que é narrado. Quando surge uma personagem nova, ou o ambiente muda, é preciso que o leitor "veja", note e perceba cada passo sugerido pelas mudanças. É o narrador é quem revela tudo isso.
Desenvolvimento
O desenvolvimento é o próprio enredo (as ações, os fatos seqüenciados coerentemente) que deve revelar a trama (entre as personagens, ou de uma personagem em conflito pessoal). A trama, ou conflito, é o ponto alto do enredo, é o "problema" criado pelo escritor para promover a expectativa do leitor. É no conflito que encontramos o clímax, ou seja, o ponto maior, o ápice dos acontecimentos.
Desfecho
Com a revelação do Clímax, a trama já pode – e deve – ser resolvida. O conflito precisa ser solucionado. Isso é perceptível nas redações de vestibular, quando o número de linhas é relativamente limitado e não raramente o Clímax e o desfecho são coincidentes.
Poema tirado de uma notícia de jornal
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
(Manoel Bandeira)
- Apresentação: "João Gostoso era carregador de feira livre e morava no morro da Babilônia num barracão sem número"
- Desenvolvimento:
- Conflito: "Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro"
- Clímax: "Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas"
- Desfecho: "e morreu afogado."
* Texto adaptado de "Língua Portuguesa 6". Editora COC.
Nenhum comentário:
Postar um comentário