sexta-feira, 28 de maio de 2010

A EMBARAÇOSA SITUAÇÃO

Creio que há duas vergonhosas situações da vida as quais todo mundo já viveu. A primeira delas é o aceno sem destinatário, o aceno enganoso. Ora, quem nunca cumprimentou aquela pessoa que se abrira em risos e gestos saudosistas, que olhara em sua direção, mas que cumprimentara outrem. Acredito que muita gente isso já fez, enganados pela pegadinha lógica "não lembro quem é, porém, pela empolgação com que me saúda, há – parece-me – muito tempo que não nos vemos". Muita gente. E pela pegadinha lógica.

Não é, contudo, dessa situação de que quero tratar. Quero tratar da outra, cujo embaraço causado é maior. Quisera eu ter acenado a mil pessoas das quais não me "lembrava" a ter proferido a seguinte frase: "mãe, traz papel!". É, pois, papel. O higiênico mesmo. Essa é uma situação pela qual todos já devem ter passado. Por isso digo: quão abençoados são aqueles artefatos de crochê, pendurados atrás da porta, cheio de rolos de papel a espera de uso! Deveria haver um dia em homenagem a eles. E deveria ser lei checá-los uma vez ao dia, para que jamais faltasse a celulose com o trágico destino.

Considero mais embaraçoso essa situação, porque revela a insignificância humana diante da falta de papel-higiênico no banheiro. Não há o que fazer, quando ele falta, senão pedir ajuda. SOS. Socorro. São quais, pois, as alternativas? Usar a toalha de rosto? Tomar um banho? Vestir-se e ir buscar? Tomar uma chuveiradinha do bidê? Nenhuma é tão viável como gritar alguém. O problema é que gritar "mãe, traz papel", ou "fulano, traz papel" não soa com esse significado. Soa como "acuda-me, quero limpar meu anus e não sou capaz!" É humilhante.

E aí a psicanálise explica: quando somos crianças, tal atitude é normal –"mãe, vem me limpar!". Mas aí, as mães cansadas dessa situação apresentam-nos o papel-higiênico e dizem: "se vira!" É a castração. Essa atitude faz do ato de limpar a bunda algo que nosso superego busca, a todo custo, omitir, como se não o fizéssemos. É por esse motivo que, quando falta o papel, a sensação de insignificância. É, pois, impossível "se virar", ser autônomo. Garotas bonitas, por exemplo. Creio eu que elas não limpam a bunda. Não dá para imaginar isso. Na verdade, elas nem precisam disso. Elas eliminam tudo do suor, dizem.

Mas, embora tudo isso, é de se aliviar quando a sensação de insignificância é tida ao se chamar a mãe. Problema é quando não há a mãe para buscar nada. Nem o pai. Ou quando nem em própria casa nos encontramos. Na casa da avó, imagine! Com toda família reunida, não dá para ficar gritando a falta de papel. Deixa de ser um pedido a atitude e passa a ser um anúncio. "E aí, family, eu não tenho papel!". Na casa da namorada nem se fala. "Amor... Pega papel-higiênico para mim?" E imagina no trabalho? "Ei, Siqueira! Busca um rolo de papel-higiênico, aí". "Deixa eu atender aqui o freguês, que já vou!". Ao menos dá para se inventar uma desculpa: "Siqueira! Traz o relatório de compra e venda para eu ler enquanto estou no banheiro! Acho que fiz uma cagada...".

Pois é. Complicado. E acontece com todo mundo. Ao menos há um lado positivo em ficar sem papel, diante dos acenos sem destinatários. Após a humilhação de ter que pedi-lo, o que vem é o alívio. Quando se acena à revelia, o problema é justamente o que acontece depois.

BEM-VINDO / BEM VINDO / BENVINDO

Normalmente não somos Bem-vindos nas cidades em que visitamos, pois é muito comum ver por aí: Bem Vindo a tal lugar. O correto é:

Bem-Vindo ao País da Gramática

FONTE: Sobral, João Jonas Veiga. Nossa língua : falando e escrevendo corretamente. São Paulo: Iglu, 1998.

A / Há

Há muita confusão no uso destas duas palavras que indicam tempo; para facilitar vamos estabelecer algumas diferenças básicas:

= verbo haver e indica tempo passado, normalmente pode ser substituído por faz.

Aquele acidente aconteceu aproximadamente dez anos

Não viajo muito tempo.

A = é preposição na indicação de tempo futuro, não é possível substituir pela forma verbal faz.

Estamos a dois dias dos exames.

Viajarei daqui a uma semana.

FONTE: Sobral, João Jonas Veiga. Nossa língua: falando e escrevendo corretamente. São Paulo: Iglu, 1998.

EXERCÍCIOS – ORAÇÕES SUBORDINADAS

1- Na frase "Maria do Carmo tinha certeza de que estava para ser mãe" a oração em destaque é:

a) Subordinada substantiva objetiva indireta

b) Subordinada substantiva completiva nominal.

c) Subordinada substantiva predicativa.

d) Coordenada sindética conclusiva

e) Coordenada sindética explicativa

2- Qual o período em que há oração subordinada substantiva predicativa?

a) Meu desejo é que você passe nos exames vestibulares.

b) Sou favorável a que o aprovem.

c) Desejo-te isto que sejas feliz.

d) O aluno que estuda consegue superar as dificuldades do vestibular.

e) Lembre-se de que tudo passa neste mundo.

3- Marque a opção que contém oração subordinada substantiva completiva nominal:

a) "Tanto eu como Pascoal tínhamos preço de que o patrão topasse Pedro Barqueiro nas ruas da cidade"

b) "Era preciso que ninguém desconfiasse do nosso conluio para prendermos o Pedro Barqueiro."

c) "Para encurtar a história patrãozinho achamos Pedro Barqueiro no rancho que só tinha três divisões a sala, o quarto dele e a cozinha."

d) "Quando chegamos, Pedro estava no terreiro debulhando milho que havia colhido em sua rocinha ali perto"

e) "Pascoal me fez um sinalzinho, eu dei a volta e entrei pela porta do fundo para agarrar o Barqueiro pelas costas"

4- As orações subordinadas substantivas que aparecem nos períodos abaixo são todas subjetivas exceto:

a) Decidiu-se que o período subiria de preço.

b) É muito bom que o homem vez por outra reflita sobre sua vida.

c) Ignoras quanto custou meu relógio?

d) Perguntou-se ao diretor quando seríamos recebidos.

e) Convinha-nos que você estivesse presente à reunião.

5- Na frase "Argumentei que não é justo que o padeiro ganhe festas" as orações introduzidas pela conjunção que são respectivamente :

a) Ambas subordinadas substantivas objetivas diretas

b) Ambas subordinadas subjetivas

c) Subordinada substantiva objetiva direta e subordinada substantiva subjetiva.

d) Subordinada objetiva direta e coordenada assindética.

e) Subordinada substantiva objetiva e subordinada substantiva predicativa.

6- Em "É possível que comunicassem sobre política" a segunda oração é:

a) Subordinada substantiva subjetiva.

b) Subordinada adverbial predicativa.

c) Subordinada substantiva predicativa

d) Principal

e) Subordinada substantiva objetiva direta.

7- A palavra se é conjunção subordinativa integrante (introduzindo oração subordinada substantiva objetiva direta) em qual das orações seguintes?

a) Ele se morria de ciúmes pelo patrão.

b) A Federação arroga-se o direito de cancelar o jogo.

c) O aluno fez-se passar por doutor.

d) Precisa-se de pedreiros.

e) Não sei se o vinho está bom.

8- "As cunnãs tinham ensinado para ele que o sagüi-açu não era sagüim não, chamava elevador e era uma máquina." Em relação à oração não destacada as orações em destaque são respectivamente:

a) Subordinada substantiva objetiva direta coordenada assindética coordenada sindética aditiva.

b) Subordinada adjetiva restritiva coordenada assindética-coordenada sindética aditiva.

c) Subordinada substantiva objetiva direta subordinada substantiva objetiva direta coordenada sindética aditiva.

d) Subordinada substantiva objetiva direta subordinada substantiva objetiva direta

e) Subordinada substantiva subjetiva coordenada assindética coordenada sindética aditiva.

9- "Se ele confessou, não sei." A oração destacada é:

a) Subordinada adverbial temporal

b) Subordinada substantiva objetiva direta

c) Subordinada substantiva objetiva indireta

d) Subordinada substantiva supletiva

e) Subordinada substantiva predicativa

10- "A verdade é que a gente não sabia nada" Classifica -se a segunda oração como:

a) Subordinada substantiva objetiva direta

b) Subordinada adverbial conformativa

c) Subordinada substantiva objetiva indireta

d) Subordinada substantiva predicativa

e) Subordinada substantiva apositiva.

11- Leia atentamente a frase: "O presidente comunicou ao Ministro do Planejamento e ao Ministro da Indústria e Comércio, que não haverá expediente na Segunda-feira próxima." Nesta frase a vírgula está separando erroneamente a oração principal e a oração:

a) Subordinada substantiva objetiva indireta

b) Subordinada adverbial temporal

c) Coordenada Sindética adversativa

d) Subordinada substantiva objetiva direta

e) Subordinada substantiva assindética modal.

12- Em "Queria que me ajudasses." O trecho destacado pode ser substituído por:

a) a sua ajuda

b) a vossa ajuda

c) a ajuda de você

d) a ajuda deles

e) a tua ajuda.

13- "Lembro-me de que ele só usava camisas brancas." A oração destacada é:

a) Subordinada substantiva completiva nominal

b) Subordinada substantiva objetiva indireta

c) Subordinada substantiva predicativa

d) Subordina substantiva subjetiva.

e) Subordinada substantiva objetiva direta

SINTAXE - ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

Orações subordinadas adverbiais são aquelas que exercem a função sintática de adjunto adverbial, própria do advérbio. Observe:

I – Saímos tarde.

II – Saímos quando era tarde.

No exemplo I, em que temos período simples, o advérbio tarde exerce a função sintática de adjunto adverbial. Já no exemplo II, período composto, a função sintática de adjunto adverbial não é mais exercida por um advérbio, mas por uma oração equivalente — quando era tarde. A essa oração dá-se o nome de oração subordinada adverbial:

• oração subordinada: porque exerce uma função sintática

• adverbial: porque exerce a função de adjunto adverbial, própria do advérbio.

As orações subordinadas adverbiais iniciam-se pelas conjunções subordinativas, exceto as integrantes (que introduzem as orações subordinadas substantivas).

A Nomenclatura Gramatical Brasileira faz referência a nove tipos de oração adverbial: causal, comparativa, consecutiva, concessiva condicional, conformativa final, proporcional temporal.

a) causal: exprime uma circunstância de causa, aqui entendida como motivo, ou seja, aquilo que determina ou provoca um acontecimento.

Não viajamos porque estava chovendo.

As principais conjunções e locuções conjuntivas causais são: porque, como (equivalente a porque), visto que, já que, uma vez que.

b) comparativa: exprime circunstância de comparação, que é o ato de confrontar dois elementos, a fim de estabelecer semelhanças ou diferenças entre eles.

Choveu como chove em Belém.

Muitas vezes as orações comparativas vêm com o verbo elíptico.

Choveu como em Belém

As principais conjunções comparativas são: como, que (precedido de mais ou de menos).

c) consecutiva:exprime circunstância de conseqüência (resultado ou efeito de uma ação qualquer).

Choveu tanto que o jogo foi suspenso.

A principal conjunção consecutiva é o que (precedido de um termo intensivo: tão, tal, tanto).

d) concessiva: exprime circunstância de concessão, que é o ato de conceder, de permitir, de não negar, de admitir uma idéia contrária.

Choveu embora a meteorologia previsse bom tempo.

As principais conjunções e locuções conjuntivas concessivas são: embora, conquanto, se bem que, ainda que, mesmo que, por mais que, por menos que.

Nas orações concessivas se admite um fato contrário a outro fato expresso pela oração principal, porém incapaz de impedi-lo; por isso as orações concessivas trazem sempre em si a idéia de apesar de.

Tirou boa nota, se bem que não tivesse estudado.

e) Condicional: exprime circunstância de condição, entendida como uma obrigação que se impõe ou se aceita para que um determinado fato se realize.

Viajaremos se nao chover amanha.

As principais conjunções e locuções conjuntivas condicional são: se, caso, contanto que, desde que.

A oração condicional traz sempre em si a ideia de na hipótese de.

Terminarei o trabalho amanhã se tudo der certo.

f) conformativa: exprimem circunstância de conformidade, isto é, acordo, de adequação, de não-contradição.

Choveu, conforme era previsto.

As principais conjunções conformativas são: conforme segundo, consoante, como.

g) final: exprime circunstância de finalidade, entendida como objetivo, a destinação de um fato.

Os lavradores esperavam a chuva a fim de que não perdessem a colheita.

As principais conjunções e locuções conjuntivas finais são: a fim de que, para que, que.

h) proporcional: exprime circunstância de proporção, entendida como a relação entre duas coisas, de modo que qualquer alteração em uma delas implique alteração na outra.

A proporção que a civilização progride, o romantismo se extingue.

As principais locuções conjuntivas proporcionais são: à proporção que, à medida que.

i) temporal: exprime circunstância de tempo.

Choveu quando eram dez horas.

As principais conjunções e locuções conjuntivas temporais são: quando, enquanto, logo que, desde que, assim que.

FONTE: NICOLA, J; TERRA, E. Minigramática. São Paulo: Scipione, 2002.

SINTAXE - ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

As orações subordinadas adjetivas são, como já definimos, aquelas que exercem a função sintática de adjunto adnominal, própria do adjetivo. Estão relacionadas a um nome da oração principal e vêm introduzidas por um pronome relativo.

I – Admiramos os alunos estudiosos.

II – Admiramos os alunos que estudam.

No exemplo I, em que temos um período simples, o adjetivo estudiosos exerce a função sintática de adjunto adnominal. Já no exemplo II, um período composto, a função sintática de adjunto adnominal não é mais exercida por um adjetivo, mas por uma oração que equivale a um adjetivo — que estudam — a qual funciona como adjunto adnominal do núcleo do objeto direto alunos. A essa oração dá-se o nome de oração subordinada adjetiva:

• oração subordinada: porque exerce uma função sintática

• adjetiva: porque exerce a função de adjunto adnominal, própria do adjetivo.

É muito fácil reconhecer uma oração subordinada adjetiva, já que ela sempre virá introduzida por um pronome relativo. A oração adjetiva pode vir depois da oração principal ou estar nela intercalada:

Serão premiados os alunos que conseguirem melhor nota.

Os alunos que conseguirem melhor nota serão premiados.

Quanto ao sentido, as orações subordinadas adjetivas classificam-se em restritivas ou explicativas.

a) restritivas: restringem a significação do nome a que se referem.

O homem que fuma vive menos.

Verifique que a característica expressa pela oração adjetiva qua fuma não se aplica a todos os elementos da espécie humana. Dizemos, então, que ela restringe a significação do nome a que se refere: abrange não todos os homens, apenas aqueles que fumam. Outros exemplos:

Os jogadores que foram convocados apresentaram-se ontem.

Resolveram os exercícios que faltavam.

b) explicativas: não restringem a significação do nome; pelo contrário, acrescentam uma característica que é própria do elemento a que se referem.

O homem, que é um ser racional, aprende com os erros.

Verifique que a característica ser racional não restringe a significação do nome a que se refere, uma vez que se aplica a todos os elementos da espécie. Assim, a oração subordinada adjetiva explicativa informa uma característica que é própria a todos os seres humanos. Dizemos então que ela explica o significado do nome a que se refere. Outros exemplos:

O sol, que é uma estrela, é o centro do nosso sistema planetário.

São Paulo, que é o maior parque industrial da América Latina, apresenta sérios problemas.

As orações subordinadas adjetivas explicativas são obrigatoriamente separadas da principal por virgula.

FONTE: NICOLA, J; TERRA, E. Minigramática. São Paulo: Scipione, 2002.

SINTAXE - ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS

As orações subordinadas substantivas, conforme a função sintática que desempenham, classificam se em subjetivas, objetivas diretas, objetivas indiretas, predicativas, completivas nominais ou apositivas.

a) subjetivas: exercem a função de sujeito do verbo da oração principal.

I - Seu casamento é urgente

II - Que você case é urgente

No exemplo I, em que temos um período simples, o núcleo do sujeito é representado por um substantivo – casamento. No exemplo II, um período composto formado de duas orações, o sujeito da oração principal é representado por uma oração – que você case – que exerce a mesma função sintática do substantivo casamento no exemplo I. A essa oração, que exerce a função sintática de sujeito de outra oração, dá-se o nome de oração subordinada substantiva subjetiva:

• oração subordinada: porque exerce uma função sintática subordjna.se a outra

• substantiva: porque exerce uma função própria do substantivo

• subjetiva: porque exerce a função sintática de sujeito da oração principal.

Note as ocorrências mais freqüentes de orações subordinadas substantivas subjetivas:

É provável que ele chegue ainda hoje.

Convém que ele chegue ainda hoje.

Conta-se que ele chegará ainda hoje.

Quando há oração subordinada substantiva subjetiva, a oração principal apresenta o verbo na terceira pessoa do singular e não possui sujeito nela mesma.

b) objetivas diretas: exercem a função sintática de objeto direto do verbo da oração principal:

Espero que você se case.

Desejo que ele volte.

Não sei se viajarei amanhã.

c) objetivas indiretas: exercem a função sintática de objeto indireto do verbo da oração principal.

Necessitávamos e que nos ajudassem.

Gostaria de que todos me apoiassem.

Nesses exemplos os verbos da oração principal exigem uma preposição, a qual antecede a conjunção integrante.

d) predicativas: desempenham a função sintática de predicativo do sujeito da oração principal.

Meu maior desejo era que todos voltassem.

Minha esperança é que sejas feliz.

Observe a presença do verbo de ligação na oração principal.

e) completiva nominais: exercem a função sintática de complemento de um nome da oração Principal

Tenho medo de que me trais.

Sou favorável a que condenem.

Observe que as completivas nominais (assim corno o complemento nominal) se ligam ao nome (substantivo adjetivo ou advérbio), por meio de Preposição.

f) apositivas: desempenham a função sintática de aposto de nome da oração principal:

Desejo uma coisa: que sejas feliz.

Espero sinceramente isto: que vocês não faltem mais.

Note que, assim como no caso do aposto, as orações apositivas separam-se da principal por sinal de pontuação.

FONTE: NICOLA, J; TERRA, E. Minigramática. São Paulo: Scipione, 2002.

SINTAXE – ORAÇÕES SUBORDINADAS

No período composto, as orações se relacionam de tal modo que umas podem exercer funções sintáticas em relação a outras. Toda oração que exerce uma função sintática em relação a outra denomina-se oração subordinada.

As orações subordinadas,conforme a função sintática que exerçam, classificam-se em substantivas, adjetivas ou adverbiais.

a) substantivas: exercem as funções próprias de um substantivo (sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, complemento nominal e aposto). As subordinadas substantivas são introduzidas, em geral, pelas conjunções integrantes que e se, as quais não desempenham nenhuma função sintática.

b) adjetivas: exercem a função sintática de adjunto adnominal, comumente exercida pelo adjetivo. As subordinadas adjetivas são introduzidas por pronomes relativos — que, quem, quanto, como, onde, cujo (e flexões), o qual (e flexões). Os pronomes relativos desempenham diferentes funções sintáticas na oração por eles introduzida.

c) adverbiais: exercem a função sintática de adjunto adverbial, característica do advérbio As subordinadas adverbiais são introduzidas, pelas conjunções subordinativas (exceto as integrantes) e exprimem circunstáncias de tempo, conseqüência, causa, comparação concessão, proporção, condição conformidade e finafldade. Tais cojunções não desempenham função sintática.

FONTE: NICOLA, J; TERRA, E. Minigramática. São Paulo: Scipione, 2002.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

EXERCÍCIOS – FONOLOGIA

1- Assinale a seqüência em que todas as palavras estão partidas corretamente:

a) trans-a-tlân-ti-co, fi-el, sub-ro-gar

b) bis-a-vô, du-e-lo, fo-ga-réu

c) sub-lin-gual, bis-ne-to, de-ses-pe-rar

d) des-li-gar, sub-ju-gar, sub-scre-ver

e) cis-an-di-no, es-pé-cie, a-teu

2- Assinalar a alternativa em que todos os ditongos são decrescentes.

a) mais, espontâneo, saiu

b) beiço, mágoa, maneira

c) põe, irmão, possui

d) áurea, nódoa, tênue

3- Assinale a opção em que a divisão de sílaba não está corretamente feita:

a) a-bai-xa-do

c) es-fi-a-pa-da

e) ca-a-tin-ga

b) si-me-tria

d) ba-i-nhas

4- As palavras seguintes apresentam-se sem o acento gráfico, seja ele necessário ou não. Aponte a alternativa em que todas sejam paroxítonas:

a) textil - condor - mister - zenite - crisantemo

b) luzidio - latex - inaudito - primata - libido

c) exodo - fagocito - bramane - obus - refem

d) novel - sutil - inclito - improbo - interim

e) tulipa - refrega - filantropo - especime – noctívago

5- Assinale a única afirmativa incorreta. No vocábulo:

a) Insônia há um ditongo oral crescente.

b) Quando há um ditongo nasal crescente.

c) Raios há um tritongo.

d) Também há um ditongo nasal decrescente.

e) Pior há um hiato.

6- Em que conjunto a letra x representa o mesmo fonema?

a) tóxico – taxativo

b) enxame - inexaurível

c) Defluxado – taxar

d) intoxicado - exceto

e) Têxtil – êxtase

7- Não são paroxítonas as palavras:

a) salada - varanda – tarde

b) amanhã - última - perdão

c) leite - escada – senhora

d) verdade - presença - janela

e) violetas - brigas – mesa

8- Aponte o único conjunto onde há erro de divisão silábica:

a) flui-do, sa-guão, dig-no

b) cir-cuns-cre-ver, trans-cen-den-tal, tran-sal-pi-no

c) con-vic-ção, tung-stê-nio, rit-mo

d) ins-tru-ir, an-te-pas-sa-do, se-cre-ta-ri-a

e) co-o-pe-rar, dis-tân-cia, bi-sa-vô

9- Assinalar a alternativa em que todas as palavras estão separadas corretamente:

a) Mas-si-nis-sa, i-gu-al, miú-da

b) Cons-truir, igual, cri-ei

c) Cri-ei, as-pec-to, mi-ú-da

d) Me-da-lhões, pás-sa-ros, es-ta-çõ-es

10- De acordo com a separação silábica, qual o grupo de palavras abaixo que está totalmente correto?

a) as-sa-ssi-na-da, chei-ro, ma-de-i-ra

b) pers-pi-caz, felds-pa-to, des-cer

c) avi-so, mi-nha, in-fân-cia

d) per-spi-caz, em-pa-pa-da, pa-i-nei-ra

e) extra-or-di-ná-rio, ve-lha, fel-ds-pa-to

11- Classificou-se, corretamente, o grupo vocálico da palavra dada em:

a) caótico - ditongo decrescente

b) cardeal - ditongo crescente

c) estóico - ditongo crescente

d) filosofia - hiato

e) pequei – tritongo

12- Em que conjunto a letra x apresenta o mesmo valor fonético?

a) exame- exíguo- xale- exceção

b) exilar- exorbitar- próximo- excêntrico

c) sexo- tóxico- axilas- nexo

d) exalar- exonerar- queixa- hexacampeão

e) trouxe- texto- sintaxe- léxico

13- As silabadas, ou erros de prosódia, são freqüentes no uso da língua. Indique a alternativa onde não

ocorre nenhuma silabada:

a) Eis aí um prototipo de rúbricas de um homem vaidoso.

b) Para mim a humanidade está dividida em duas metades: a dos filântropos e a dos misantropos.

c) Os arquétipos de iberos são mais pudicos que se pensa.

d) Nesse interim chegou o médico com a contagem de leucócitos e o resultado da cultura de lêvedos.

e) Ávaro de informações, segui todas as pegadas do éfebo.

14- Dadas as palavras: 1) Dis-en-te-ri-a 2) Trans-por-te 3) Sub-es-ti-mar; constatamos que a separação silábica está certa:

a) apenas em 1.

b) apenas em 2.

c) apenas em 3.

d) em todas as palavras.

e) em duas palavras.

15- A letra em que todas as palavras apresentam separação silábica correta é:

a) ex-ci-tar, me-ia, trans-por-te

b) rit-mo, am-bí-guo, ex-ce-len-te

c) pro-fes-sor, ins-tru-ção, a-vi-ã-o

d) dig-no, cre-sci-men-to, eu-ro-pe-u

e) ab-rup-to, sub-li-nhar, sub-li-me

16- Aponte o único conjunto onde há erro de divisão silábica:

a) cir-cui-to, sa-guão, dig-ni-da-de.

b) cir-cuns-pec-to, trans-cen-der, dis-tan-ci-ar.

c) con-vic-to, tungs-tê-nio, rit-mo

d) ins-tru-í-do, pas-sa-ri-nho, ar-ma-ri-a.

e) co-o-pe-ra-ti-va, trans-al-pi-no, bi-sa-vô.

17- Levando-se em conta a partição de palavras em final de linha, assinale a letra que não contenha erro:

a) Foi um jogo com muito equilí-brio.

b) Sua cadu-cidade levou-o à miséria.

c) O carrasco esperava o réu no cada-falso.

d) O bandido embrenhou-se no cafe-zal.

e) Espero que ele se sai-a bem.

18- Assinale a letra certa, quanto à divisão silábica:

a) assa-ssi-na-do

b) a-brup-to

c) caó-ti-co

d) fi-lo-so-fi-a

e) si-gno

19- Aponte o erro, quanto ao número de sílabas e de fonemas:

a) conseguiu = 3 sílabas, 7 fonemas.

b) lentilha = 3 sílabas, 6 fonemas.

c) cheirinho = 3 sílabas, 7 fonemas.

d) construir = 2 sílabas, 9 fonemas.

e) sintaxe = 3 sílabas, 6 fonemas.

20- (Unirio – RJ) – Há inúmeras palavras na língua portuguesa em que é indiferente considerar-se o encontro vocálico como ditongo crescente ou hiato. Assinale o item em que tal fato não ocorre, isto é, em ambas só podemos ter ditongo:

a)ofício, cuidou

b)matrimônio, melancolia

c)Rubião, Sofia

d)riquezas, oblíquos

e)freqüentes, quase.

FONOLOGIA – DIVISÃO SILÁBICA

A divisão das sílabas de uma palavra é feita pela soletração. Usa-se o hífen para marcar a separação silábica.

te-sou-ra / de-ter-mi-na-ção / su-bal-ter-no / tran-sa-tlân-ti-co / bi-sa-vô

Convém, no entanto, observaras seguintes regras:

1. Não se separam os ditongos e os tritongos: au-ro-ra / U-ru-guai

2. Não se separam dígrafos ch, lh, nh, gu, qu: a-che-gar / fi-lho / ma-nhã / e-qui-va-ler

3. Separam-se as vogais que formam os hiatos: sa-í-da / ra-i-nha / ra-iz / Sa-a-ra / co-or-de-na-ção

4. Sempre se separam os dígrafos rr, ss, sc, xc, sç: car-ro-ça / as-sa-do / as-cen-são / ex-ce-ção / des-ça

5. Não se separam os encontros consonantais perfeitos (consoante + L ou R). a-bla-ção / a-plau-so / a-bra-sar / li-vrei-ro

FONTE: NICOLA, J; TERRA, E. Minigramática. São Paulo: Scipione, 2002.

FONOLOGIA – ENCONTROS CONSONANTAIS

Encontros consonantais são grupos formados por mais de uma consoante sem vogal intermediária. Os encontros consonantais podem ser perfeitos ou imperfeitos.

a) perfeitos: quando as consoantes pertencem à mesma sílaba. Nesse caso, a segunda consoante geralmente é L ou R: blu-sa / pra-to / li-vro

b) imperfeitos: quando as consoantes pertencem a sílabas diferentes: afta / ab-so-lu-to / ad-je-ti-vo / par-to

Não devemos confundir encontro consonantal com dígrafo. No encontro consonantal, pronunciamos todas as consoantes; no dígrafo, pronunciamos um único som.

FONTE: NICOLA, J; TERRA, E. Minigramática. São Paulo: Scipione, 2002.

FONOLOGIA – ENCONTROS VOCÁLICOS

Há, em português, três espécies de encontros vocálicos: ditongo, tritongo e hiato.

a) ditongo: é o encontro, em uma mesma sílaba, de uma vogal e uma semivogal ou vice-versa: Neu-sa / pai / gló-ria

Os ditongos podem ser crescentes ou decrescentes.

  • Crescentes: a semivogal vem antes da vogal: his-tó -ria
  • Decrescentes: a vogal vem antes da semivogal. pai

b) tritongo: é o encontro, em uma mesma sílaba, de semivogal + vogal semivogal: U-ru-guai / sa-guão

c) hiato: encontro imediato de duas vogais, pertencendo a uma sílaba distinta: Ra-iz / Sa-ú-de

FONTE: NICOLA, J; TERRA, E. Minigramática. São Paulo: Scipione, 2002.

FONOLOGIA – ORTOÉPIA E PROSÓDIA

A ortoépia (ou ortoepia) trata da pronúncia correta das palavras. Pronunciar incorretamente uma palavra é cometer cacoépia. É mais comum encontrarmos erros de ortoépia na linguagem opular, mais descuidada e com tendência natural para a simplificação.

Como exemplos de erros de ortoépia, podemos citar:

"abóboda" em vez de abóbada

"adevogado" em vez de advogado

"estrupo" em vez de estupro

"guspe" em vez de cuspe

A prosódia trata da correta acentuação tônica das palavras. Assim, cometer um erro de prosódia é, por exemplo, transformar uma palavra oxítona em paroxitona, ou uma proparoxítona em paroxítona. Os erros de prosódia recebem o nome de silabada.Veja alguns exemplos:

"sútil" em vez de sutil

"côndor" em vez de condor

"ávaro" em vez de avaro

"rúbrica" em vez de rubrica

"interim" em vez de ínterim

Algumas palavras admitem dupla pronúncia, ambas consideradas corretas. É o

caso de ortoépia ou ortoepia.

FONTE: NICOLA, J; TERRA, E. Minigramática. São Paulo: Scipione, 2002.

FONOLOGIA – SÍLABA

Sílaba é o grupo formado por um ou mais fonemas pronunciados em uma só emissão de voz. Toda sílaba tem por base uma vogal. Uma palavra tem, a rigor, tantas sílabas quantos forem os impulsos voz para pronunciã-la. Exemplo:

ca-sa: duas sílabas

ár-vo-re: três sílabas

ca-der-ne.ta: quatro sílabas

i-na-dim-plen-te: cinco sílabas

Quanto ao número de sílabas, os vocábulos classificam-se em: monossílabos, dissílabos, trissílabos e polissílabos.

a) monossílabos:quandotém uma única sílaba: me / a / um / dor / cor / lá / pá sol

b) dissilabos: quando têm duas sílabas: ca-sa / li-vro / cha-ve / pi-pa / ór-gão

c) trissílabos: quando têm três sílabas: ca-der-no / ca-ne-ta / pa-lha-ço / cin-zei-ro

d) polissílabos: quando têm mais de três sílabas: ma-ra-cu-já / me-lan-ci-a / in-fe-liz-men-te / Lu-ci-a-na

Sílaba átona e sílaba tônica

Silaba tônica é aquela que recebe o acento tônico, ou seja, a sílaba que é pronunciada com maior intensidade.Todas as palavras com duas ou mais sílabas apresentam uma sílaba tônica. Já os monossílabos podem ser átonos ou tônicos.

a) átonos: quando não possuem acentuação própria, isto é, quando são pronunciados com pouca intensidade: o / lhe / me / se / a

b) tônicos: quando possuem acentuação própria, isto é, quando são pronunciados com bastante intensidade: lá / pá / mim / pôs / tu / lã

Classificação das palavras quanto à posição da sílaba tônica

Quanto á posição da slaba tônica, as palavras classificam-se em oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas.

a) oxítonas: quando a sílaba tônica é a última da palavra: ma-ra-cu-já / ca-fé, re-com-por

b) paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima da palavra: ca-dei-ra / ca-rá-ter / me-sa

c) proparoxitonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima da palavra: sí-la-ba / me-ta-fí-si-ca / lâm-pa-da

Nem sempre a sílaba tônica vem indicada com acento gráfico. Por isso, é fundamental distinguir o acento tônico do acento gráfico.

Acento tônico é o acento da fala; manifesta-se pela maior intensidade da voz na pronúncia de uma sílaba.

Acento gráfico é o sinal utilizado em algumas palavras, para indicar a sílaba tônica.

FONTE: NICOLA, J; TERRA, E. Minigramática. São Paulo: Scipione, 2002.

FONOLOGIA – CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS

Os fonemas classificam-se em vogais, consoantes e semivogais.

a) vogais: fonemas que resultam da vibração das cordas vocais, com livre passagem da corrente de ar pela boca. Funcionam sempre como base da sílaba (não existe sílaba sem vogal). Os fonemas vocálicos são representados pelas vogais a, e, i, o, u e pelos dígrafos vocálicos. Em português, há 12 fonemas vogais e apenas 5 letras vogais.

b) consoantes: fonemas que resultam de algum obstáculo encontrado pela corrente de ar. Só formam sílaba quando juntos de uma vogal. Em português,as consoantes são representadas pelas letras: b, c, d, f, g, h, j, k, l, m, n, p, q, r, s, t, v, w x, y, z e pelos digrafos consonantais.

c) semivogais: fonemas representados pelas letras i e u (em algumas palavras, pelas letras e e o) quando se juntam a uma vogal para com ela formar sílaba. As semivogais nunca funcionam como base de sílaba.

Em palavras como saci,tatu, saída e saúde, as letras i e u, por serem base de sílaba, são vogais e não semivogais.

FONTE: NICOLA, J; TERRA, E. Minigramática. São Paulo: Scipione, 2002.

FONOLOGIA – DÍGRAFO

Dígrafo ou digrama é o encontro de duas letras para representar um único fonema. Em português temos dois tipos de digrafo: o digrafo consonantal e o dígrafo vocálico.

a) dígrafo consonantal: ocorre quando temos duas letras representando um fonema consonantal. Os dígrafos consonantais são:

ch: chuveiro, chácara . sc: nascer, crescer

lh: folha, velho sç: nasço, cresço

nh: vinho, rainha , xc: exceto, excelente

rr: carro, marreta gu: sangue, guerra

ss: pássaro, massa qu: aqui, querer

O gu e o qu só formam dígrafos quando seguidos de e ou i. Nesses casos, o u não é pronunciado.

b) digrafo vocálico: ocorre quando o m ou o n aparecem no final de uma sílaba, precedidos de uma vogal. Nesses casos, o m e o n não são consoantes; apenas indicam que a vogal precedente é nasal. Os dígrafos vocálicos são:

am: tampa, canto

em, en: tempo, pente

im, in: limpo, tinta

em, om: sombra, contagem

um, un: algum, fundo

FONTE: NICOLA, J; TERRA, E. Minigramática. São Paulo: Scipione, 2002.

FONOLOGIA – FONOLOGIA, FONEMA, LETRA

Fonologia é o estudo funcional dos fonemas de uma lingua. Fonema é uma unidade sonora mínima que possui a propriedade de estabelecer distinção entre vocábulos de uma língua.

Exemplo:

Ele trocou de par. / Ele mergulhou no mar.

O menino chupou a bala. / O menino chutou a bola.

Na escrita, os fonemas são representados por uma série de sinais gráficos denominados letras. Além das letras, utilizamos também notações léxicas (acentos gráficos, cedilhatil, trema) na representação dos fonemas. Nem sempre há, numa palavra, equivaléncia entre o número de letras e o número de fonemas.

Caneta: 6 letras (e - a - n - e - t - a) e 6 fonemas (pronunciamos todos os sons representados pelas 6 letras).

Chave: 5letras (c-h-a-v-e) e 4 fonemas (pronunciamos apenas 4 sons: [xave])

Fixo: 4 letras (f - i - x - o) e 5 fonemas (pronunciamos 5 sons: [fikso])

FONTE: NICOLA, J; TERRA, E. Minigramática. São Paulo: Scipione, 2002.

DISSERTAÇÃO – TIPOS DE ARGUMENTOS

O posicionamento diante de um tema polêmico resulta sempre em uma tese a ser defendida. É, pois, a função de todo texto argumentativo: persuadir seu interlocutor de que a tese defendida é a mais pertinente. A defesa é feita por meio de argumentos e da relação lógica por eles estabelecida.

Tipos de Argumentos

1. Citações de Autoridade: São argumentos respaldados por pessoas ou instituições reconhecidos pela sociedade. Os argumentos de autoridade, em outras palavras, consistem em citações que corroborem com a tese adotada no texto.

Exemplo:

"Na definição do escritor francês Victor Hugo (1802-1885), ele é "pão maravilhoso que um deus divide e multiplica". Para James Joyce (1882-1941), um dos maiores gênios da literatura moderna, "tudo é certo neste mundo hediondo, exceto ele". Sob a ótica da "dama do suspense" Agatha Christie (1890-1976), "diferente de qualquer outra coisa no mundo (...), ele ousa todas as coisas e extermina sem remorso tudo o que ficar em seu caminho". Na frase do para-choque de caminhão, ele é simplesmente imortal. Não importa o momento histórico, tampouco o prestígio literário de quem o decanta, o amor de mãe é sempre celebrado como o mais sublime dos sentimentos (...)"

Veja, 19 de maio, 2010.

2. Dados Concretos: São argumentos que buscam representar a realidade fidedignamente. Eles buscam ilustrar a realidade de modo irrefutável. Dados estatísticos, pesquisas científicas e ocorrências históricas documentadas são exemplos de argumentos concretos. Muitas vezes os Argumentos de Autoridade e Argumentos Concretos se misturam. Quando isso ocorre, a argumentação torna-se mais densa ainda.

Exemplo:

"A aplicação de castigo físico a mulheres de 'mau comportamento' continua a ser vista como um dever e um direito da família. Uma pesquisa feita em 2008 com 4700 afegãs mostrou que 87% já tinha sido vítimas de espancamentos ou abusos sexuais e psicológicos – em 82% dos casos, infligidos por aparentes."

Veja, 19 de maio, 2010.

3. Exemplificação: São argumentos criados a partir de exemplos. Esses exemplos podem se originar de Citações de Autoridade ou de Dados concretos. O importante é que tenham validade perante o assunto, não reproduzindo senso comum e nem invenção.

Exemplo:

"... uma dasmais formidáveis conseqüências morais do crescimento econômico, e talvez, um de seus motores, é justamente a retirada da cargade culpa dos ombros de quem se empenha em acumular riqueza. O exemplo mais clássico disso vem da China, que, depois de sobreviver por milênios no nível mínimo de subsistência, foi tocada pela palavra de ordem 'enriquecer é glorioso, criada pelo líder Deng Xiaoping, morto em, 1997."

Veja, 19 de maio, 2010

4. Refutação: São argumentos que se originam dos que sustentam o ponto de vista oposto. A refutação pode acontecer por meio de Citações de Autoridade, de Dados Concretos ou de Exemplificações. O que importa é que ele refute diretamente a sustentação do ponto de vista alheio, corroborando, assim, com a tese pela qual o texto argumentativo se desenvolve.

Exemplo:

"'Não há razão alguma para uma pessoa possuir um computador em sua casa.' Isso foi dito em 1977, por K. Olsen, fundador da Digital. De fato, os computadores eram apenas máquinas de fazer contas, pesadas e caras. Mas, com os avanços, passaram também a guardar palavras. Aparece então a era dos bancos de dados..."

Veja, 19 de maio, 2010

5. Consenso: São argumentos estabelecidos pelo senso comum de uma determinada cultura. São argumentos que, quando bem selecionados, podem ser irrefutáveis, pois há algumas afirmações que se tornam axiomas em determinadas sociedades. Ninguém, por exemplo, questiona a importância da educação para o desenvolvimento social.

Exemplo:

“Atualmente, considera-se a educação um dos setores mais importantes para o desenvolvimento de uma nação. É através da produção de conhecimentos que um país cresce, aumentando sua renda e a qualidade de vida das pessoas. Embora o Brasil tenha avançado neste campo nas últimas décadas, ainda há muito para ser feito. A escola (Ensino Fundamental e Médio) ou a universidade tornaram-se locais de grande importância para a ascensão social e muitas famílias tem investido muito neste setor.”

6. Emoção: São argumentos pautados em dados concretos ou em exemplificações que mexem com o emocional. Assim como o consenso, dependem da cultura para terem validade. Argumentos de cunho emocional não são bem vistos em textos mais sérios, mas são excelentes recursos persuasivos.

Exemplo:

“Tenho certeza de que um mendigo morto na beira da praia causaria menos comoção do que uma baleia. Nenhum Greenpeace defensor de seres humanos se moveria. Nenhuma manchete seria estampada. Uma ambulância talvez levasse horas para chegar, o corpo coberto por um jornal, quem sabe uma vela acesa.”

Veja, 11 de abril de 2005

7. Raciocínio Lógico: Não constitui uma espécie propriamente dita de argumentação. Diz respeito à forma como os argumentos são relacionados no texto. Escolher argumentos válidos é um posso importante para elaborar a argumentação, porém, não é suficiente. É necessário estabelecer relações lógicas entre eles para que não haja fuga do tema ou tautologias. Alguns exemplos de raciocínio lógico:

· Prova concreta e Citação de Autoridades: Usa-se muitas vezes um dado estatístico ou uma citação para comprovar verdades gerais; mostrar suas causas ou consequências. Ainda se podem utilizar dados históricos para ilustrar um fato geral ou fazer analogias.

· Exemplificação: Parte-se de uma exemplificação para se extrair uma conclusão geral, a qual sustente uma asserção.

8. Competência lingüística: Também não está relacionado a uma espécie propriamente dita de argumento. Refere-se ao registro lingüístico utilizado para argumentação. Cada situação argumentativa requer um registro lingüístico diferente, uma seleção vocabular adequada e um estilo apropriado. A competência lingüística é o modo de valorizar sua argumentação pelo uso do português.

Exemplo:

“Não sou biólogo e tenho que puxar pela memória dos tempos de colegial para recordar a diferença entre uma mitocôndria e uma espermatogônia. Ainda lembro bastante para qualificar a canetada de FHC de ‘defecatio máxima’ (este espaço é nobre demais para que nele se escrevam palavras de baixo calão, como em latim tudo é elevado...).”

Folha de São Paulo, 01 de outubro de 1995