sábado, 24 de abril de 2010

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Roman Jakobson, uns dos linguístas responsáveis pela fundação do Círculo Lingüístico de Praga,elaborou da teoria que propõe a determinação de um esquema que represente o ato da fala. Segundo Jakobson, quando um falante qualquer faz uso da língua, verbalmente ou não, ocorre a interação dos seguintes elementos de comunicação:

- emissor: sujeito que produz um discurso e o destino a outrem;

- receptor: sujeito (s) a quem é destinado o discurso;

- canal: meio físico pelo qual o discurso é propagado;

- mensagem: todas as informações que compõem o discurso;

- código: conjunto de signos linguísticos, comum entre os falantes, por meio do qual o receptor consegue decodificar o discurso recebido;

- referente: o contexto, isto é, o assunto sobre o qual se refere o discurso.

Sempre que nos comunicamos, temos uma intenção, uma finalidade. Daí o fato de certas expressões e combinações de vocabulário serem perfeitamente adequadas a certas situações e absolutamente inoportunas em outras. Essa intenção determina as funções da linguagem.

- Função emotiva: também chamada de expressiva, ocorre quando o emissor revela seus sentimentos, opiniões, sensações. Evidencia o uso da 1ª pessoa (singular, plural) e, portanto, a subjetividade de quem fala.

- Função conativa: recebe também o nome de apelativa. Marca o receptor da mensagem quando esta a ele é dirigida em forma de um apelo volitivo ou uma ordem. Por essa razão nela encontramos a 2ª e 3ª pessoas, que são as destinatárias do discurso, ou verbos no imperativo.

- Função fática: entre os interlocutores é necessário um canal de comunicação. É pelo canal que a comunicação se estabelece, por isso ele precisa estar em perfeita harmonia para que nenhum "ruído" coloque em risco o envio, a captação e o entendimento da mensagem. Então, o emissor faz uso de expressões fáticas quando visa estabelecer contato com algum receptor e, também, quando buscar checar o funcionamento e a "limpeza" do canal, sem a preocupação com o conteúdo da mensagem.

- Função poética: tem a finalidade de propor à mensagem determinada singularidade. Por isso a subjetividade e os arranjos sonoro e estético do texto são fundamentais, tão característicos na poesia.

- Função metalingüística: é encontrada quando o código fica em evidência no texto, isto é, quando o código usado na comunicação faz referência a ele mesmo (um texto falando sobre o texto, uma poesia versando sobre o fazer poético, a língua usando das regras (normativas ou não) para explicar-se.

- Função referencial: busca exatamente no contexto sua razão de acontecer. É conhecida também como denotativa e ainda como informativa. O contexto, isto é, o referente, o assunto ao qual se refere toda a mensagem, deve ser explorado com objetividade, usando ao máximo da precisão das informações e com imparcialidade. É características dos textos jornalísticos e científicos.

* Texto adaptado de "Língua Portuguesa 6", Editora COC.

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