sexta-feira, 30 de abril de 2010

DESCRIÇÃO

A Descrição nada mais é do que uma espécie de foto verbal. É, pois, a sequência tipológica que permite caracterizar um objeto, cenário, personagem, ou algo de ordem abstrata, por meio de palavras. A Descrição geralmente aparece junto de outras tipologias, como forma de enriquecê-las. São, pois, fundamentais momentos descritivos em textos narrativos – por exemplo – para descrever personagens, cenários e temporalidades.

São algumas características da descrição:

- frases sincopadas, curtas e nominais;

- verbos de estado;

- revelações cromáticas e térmicas por meio dos sensores humanos;

- simultaneidade dos fatos;

- adjetivação.

TIPOS DE DESCRIÇÃO

Descrição objetiva

Quando o elemento descrito é apresentado referencialmente, isto é, com precisão e de forma concreta.

Ex.:

Era morena, cabelos longos e lisos, dum castanho forte, como seus olhos. Possuidora de um temperamento dócil até certo ponto, austero e insuportável em outro. Mas formosa e inteligente, não sabia tirar notas abaixo de dez.

Descrição subjetiva

Quando a emoção impera, isto é, quando o elemento descrito assume a visão de quem o escreve.

Ex.:

Nas ocasiões de aparato é que se podia tomar pulso ao homem. Não só as condecorações gritavam-lhe no peito como uma couraça de grilos. Ateneu! Ateneu! Aristarco todo era um anúncio; os gestos, calmos, soberanos, eram de um rei...

POMPÉIA, Raul. In O Ateneu

Descrição estática

Ausência de movimento entre os elementos captados, objetiva ou subjetivamente, por quem os descreve.

Ex.:

As flores do jardim lhe inspiravam tranqüilidade. Quem sabe porque o clima de um cemitério é sempre assim, de silêncio, sem vento, sem papel no chão. Tudo era morte, até dentro do coração dele que, naquele momento, sentiu-se mais morto como todos os que ali jaziam. A pior morte é a da solidão em vida.

Descrição dinâmica

Embora haja movimento, a simultaneidade das ações impede que ocorra de fato a narração de acontecimentos, mas a descrição de movimentos inependentes entre si.

Ex.:

Aquela sala de aula era estranha para ele. Cadeiras azuis, nas quais alguns alunos retorciam-se nas conversas com os colegas, ora rindo, ora sisudos. De um lado havia um grupo de moças que mexiam seus cabelos a todo instante, para lá, depois para cá. De outro, alguns rapazes pareciam disputar um campeonato para se saber quem melhor que o companheiro – ou adversário – conseguia virar a caneta entre os dedos. Aquela seria uma sala de aula, a sua, mais exatamente, por um ano inteiro?

* Texto adaptado de "Língua Portuguesa 6", Editora COC.

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