domingo, 29 de agosto de 2010

VERBO - FLEXÃO DE MODO

Entende-se por modo a atitude que o falante assume em relação ao processo verbal (de certeza, de dúvida, de ordem, etc.) São três os modos verbais: indicativo, subjuntivo e imperativo.

1. Modo Indicativo: apresenta o fato como certo, preciso, seja ele pretérito, presente ou futuro.

Respeitamos a natureza

2. Modo Subjuntivo: apresenta o fato como incerto, duvidoso.

Se respeitássemos a natureza, o mundo ficaria melhor.

3. Modo Imperativo: exprime uma ordem, um pedido ou um conselho.

Respeite a natureza.

FONTE: NICOLA, J; TERRA, E. Minigramática. São Paulo: Scipione, 2002.

domingo, 22 de agosto de 2010

CRASE

A palavra crase significa fusão, junção. Em português, ocorre a crase com as vogais idênticas (a + a), indicada, na escrita, pelo acento grave (`). É importante atentar que, embora idênticas, essas vogais pertencem a classes gramaticais diversas: o primeiro a é sempre uma preposição; o segundo pode ser um artigo feminino, a letra inicial dos pronomes demonstrativos aquele (s), aquela(s), aquilo; parte do pronome relativo a qual, as quais ou o pronome demonstrativo a.

Regra geral para identificação da ocorrência da crase

Ocorrerá crase sempre que o termo regente exigir a preposição a e o termo regido admitir o artigo a ou as.

Eu me referi (a + a) diretora Eu fui (a + a) cidade

Eu me referi à diretora. Eu fui à cidade.

Casos especiais

1. Expressões adverbiais

As expressões adverbiais, prepositivas e conjuntivas formadas por palavras femininas, tais como à noite, à tarde, à vista, às duas horas, à meia-noite, às vezes, às pressas, às escondidas, à moda de (mesmo se a palavra moda não aparecer) etc. devem receber o acento grave.

Ele estava à procura de uma loja que vendesse produtos à vista.

2. Crase facultativa

a) Diante de nome de pessoas

Ele fez referência à Sandra / Ele fez referência a Sandra.

b) Diante de pronomes possessivos femininos

Obedeço a minha irmã / Obedeço à minha irmã.

Como a crase é a junção da preposição a e o artigo feminino a, é importante atentar-se para a regra do artigo definido. Usa-se artigo definido diante de nomes próprios somente quando há intimidade ou familiaridade. O mesmo acontece quando há pronomes possessivos.

c) Depois da preposição até

Fomos até a feira. (Uso da preposição até)

Fomos até (a + a) feira. Fomos até à feira. (Uso da locução conjuntiva até a)

3. Crase diante de nome de lugares

Quando o nome próprio refere-se a um lugar e ele admitir o uso do artigo definido, ocorrerá crase.

Vou (a + a) Itália. Vou à Itália.

Para descobrir se o topônimo aceita artigo definido, pode-se utilizar o seguinte artifício: formulam-se frases utilizando o topônimo após a preposição de e sua contração da. Quando a contração for aceita, utilizar-se-á o acento grave quando houver a preposição a.

Venho da Itália Utiliza-se crase com o nome Itália porque ele aceita artigo definido.

Venho da Roma* Não ocorre crase com o nome Roma porque ele não aceita artigo definido.

Venho da imponente Roma Ocorre crase com o nome Roma porque ele aceita artigo definido.

4. Diante das palavras casa e terra

As palavras casa (no sentido de lar, moradia) e terra (no sentido de chão firme) não admitem a anteposição do artigo definido a. Por isso, não há uso do acento grave antes delas.

Voltamos cedo a casa.

Os marinheiros referiram-se a terra.

No entanto, caso essas palavras estejam determinadas, haverá o uso, pois elas passam a admitir o uso do artigo.

Voltamos cedo à casa de João.

Os marinheiros referiram-se à terra dos imigrantes.

5. Diante dos pronomes demonstrativos aquilo, aquela(s), aquele(s)

Sempre que a preposição a se localizar diante desses pronomes demonstrativos ocorrerá a crase.

Ele se referiu (a + a)quilo que você disse. Ele se referiu àquilo que você disse.

6. Diante dos pronomes relativos o qual, as quais

Sempre que um termo das orações introduzidas por esses pronomes exigir a preposição a e essa preposição os preceder, ocorrerá a crase.

A cidade (a +a) qual iremos[a] possui praias (a +as) quais chegaremos[a]

A cidade à qual iremos possui praias às quais chegaremos.

Os pronomes a qual e as quais introduzem duas orações compostas, respectivamente, pelos verbos iremos e chegaremos. Ambos os verbos exigem a preposição a.

7. Diante do pronome relativo que

A crase só ocorrerá antes do pronome relativo que, quando antes dele estiver o pronome demonstrativo a.

Essa camisa é igual (a + a) que eu comprei ontem. Essa camisa é igual à que comprei ontem.

Observe que, nesse caso, pode-se elaborar semelhante frase: Essa camisa é igual àquela que comprei ontem.

FONTE: NICOLA, J; TERRA, E. Minigramática. São Paulo: Scipione, 2002.

SINTAXE – FUNÇÃO DA PALAVRA ‘SE’

1. Conjunção: Relaciona entre si duas orações, Nesse caso, não exerce função sintática. Como conjunção a palavra se pode ser:

a) conjunção subordinativa integrante: inicia uma oração subordinada substantiva.

Perguntei se ele estava satisfeito.

b) Conjunção subordinativa condicional: inicia uma oração adverbial condicional.

Se todos tivessem estudado, as notas seriam altas.

2. Partícula expletiva ou de realce: pode ser retirada da frase sem prejuízo algum para o sentido. Nesse caso, a palavra se não exerce função sintática. Como o próprio nome indica, é usada apenas para dar realce.

Ele se morria de ciúmes da namorada.

3. Parte integrante do verbo: faz parte dos verbos pronominais. Nesse caso, o se não exerce função sintática.

Ajoelhou-se no chão e rezou.

4. Partícula apassivadora: ligada a verbo que pede objeto direto, caracteriza as orações que estão na voz passiva sintética, É também chamada de pronome apassivador.Nesse caso, não exerce propriamente uma função sintática, seu papel é apenas apassivar o verbo.

Aluga-se carro.

5. Índice de indeterminação do sujeito: vem ligado a um verbo que não é transitivo direto, tornando o sujeito indeterminado. Não exerce propriamente uma função sintática, seu papel é o de indeterminar o sujeito. Lembre-se de que, nesse caso, o verbo deverá estar na terceira pessoa do singular.

Vive-se bem aqui.

6. Pronome reflexivo: quando a palavra se é pronome pessoal, ela deverá estar sempre na mesma pessoa do sujeito da oração de que faz parte. Por isso o pronome oblíquo se sempre será reflexivo. (equivalendo a si mesmo), podendo assumir as seguintes funções sintáticas.

a) Objeto direto

Ele se cortou com a faca.

b) Objeto indireto

Ele se arroga direitos que não possui.

c) Sujeito de um infinitivo

"Sofia deixou-se estar à janela." (Machado de Assis)

FONTE: NICOLA, J; TERRA, E. Minigramática. São Paulo: Scipione, 2002.

GÊNERO – ARTIGO DE OPINIÃO

Artigos de opinião, também conhecidos como artigos assinados, são gêneros que circulam na mídia impressa com o objetivo de apresentar a opinião de seu autor sobre determinado assunto. São textos polêmicos, que buscam persuadir o leitor a concordar com seu ponto de vista e, dessa forma, se tornar mais um simpatizante de sua causa. Por vezes os articulistas – pessoas que escrevem artigo de opinião para – tornam-se personalidades influentes na sociedade. São escritores, especialistas em determinada área, jornalistas, todos imbuídos de fazer sua opinião ter espaço no grande debate midiático.

Devido ao seu aspecto argumentativo, prevalece no artigo de opinião a seqüência tipológica argumentativa. Isso faz o texto apresentar, além do título, uma introdução, na qual uma tese é exposta, um desenvolvimento, no qual argumentos que sustentam essa tese são trabalhados e uma conclusão responsável por reafirmar a tese ou provocar o leitor. A presença da seqüência tipológica argumentativa não retira a subjetividade dos artigos. Eles tanto podem ser redigidos em primeira pessoa (e apresentarem as inúmeras outras marcas de subjetividades que a língua permite), quanto redigidos em terceira pessoa, buscando o máximo de objetividade possível.

Dessa forma, ser um articulista requer habilidade argumentativa (conhecimento dos tipos de argumentos existentes) e profundo conhecimento da língua portuguesa. Ainda é necessário ter convicção de sua opinião sobre o assunto que se pretende tratar e visão ampla sobre seu interlocutor, uma vez que o articulista busca também influenciar seus leitores.

A URNA E A ESCOLA

Roberto Pompeu de Toleto

OTribunal Superior Eleitoral divulgou na semana passada o tamanho e o perfil do eleitorado brasileiro. Quanto ao grau de instrução, dos 135,8 milhões de eleitores, 5,9% são analfabetos, 14,6% dizem saber ler e escrever, mas não frequentaram a escola, e 33% frequentaram a escola mas não chegaram a concluir o 1º grau. Na soma das três categorias, 53,5% do eleitorado na melhor das hipóteses resvalou pela escola. Antes de mais nada, esses porcentuais são de desmontar o delírio de Brasil Grande que assola o país, a começar pela mente desavisada do presidente de turno. Não há país que tenha passado a desenvolvido ostentando tão pobres índices de nível educacional.

Outro lado da questão é a ameaça à qualidade da democracia brasileira, representada por um eleitorado tão mal equipado para se informar, entender o processo e julgar os candidatos. Essa afirmação merece um desconto. Não é que a outra parte do eleitorado – os 46,5% que têm pelo menos o 1º grau completo – seja uma garantia de voto consciente. Sob a Constituição de 1946, os analfabetos estavam impedidos de votar. Nem por isso o período deixou de ser dominado pelos demagogos e pelos coronéis e de abrigar na vida pública corruptos tão notórios quanto os da cena atual. Mas saber ler e interpretar um texto será sempre um instrumento precioso para quem se dispõe a distinguir uma tendência política de outra e a melhor identificar os próprios interesses.

A parte menos informada do eleitorado é em tese a mais sujeita à manipulação. Isso é um problema para a democracia porque, segundo escreveu o cientista político Leonardo Barrem na Folha de S.Paulo, "ela é um sistema interminável que funciona na base da tentativa e erro: punindo os políticos ruins e premiando os bons". O melhor da frase de Barreto é a classificação da democracia como um "sistema interminável". Ela não fecha. Quem fecha, e afirma-se como ponto final das possibilidades de boa condução das sociedades, é a ditadura. Por sua própria natureza, a democracia convida a um perpétuo exercício de reavaliação., Para bem funcionar, exige crítica. Ora, mais apto a exercer a crítica é em tese – sempre em tese – quem passou pela escola.

Como resolver o problema do precário nível educacional do eleitorado? Solução fácil e cirúrgica seria extirpar suas camadas iletradas. Cassem-se os direitos políticos dos analfabetos e semianalfabetos e pronto: cortou-se o mal pela raiz. Além do mais, a solução está em consonância com a prática dos nossos maiores. A história eleitoral do Brasil é um desfile de cassassões a parcelas da população. No período colonial, só podiam eleger e ser eleitos os "homens bons", curiosa e maliciosa expressão que transpõe um conceito moral – o de ""bom" – para uma posição social. "Homens bons" eram os que não tinham o "sangue infecto" – não eram judeus, mouros, negros, índios – nem exerciam "ofício mecânico" – não eram camponeses, artesãos nem viviam de alguma outra atividade manual. Sobravam os nobres representantes da classe dos proprietários e pouco mais. No período imperial, o critério era a renda; só votava quem a usufruísse a partir de certo mínimo. As mulheres só ganharam direito de voto em 1932. Os analfabetos, em 1985. Sim, cassar parte do eleitorado se encaixarià na tradição brasileira. Mas, ao mesmo tempo – que pena –, atentaria contra a democracia. Esta será tão mais efetiva quanto menos restrições contiver à participação popular. Quanto mais restrições, mais restritiva será ela própria.

Outra solução, menos brutal, e por isso mesmo advogada, esta, sim, amplamente, é a conversão do voto obrigatório em voluntário. A suposição é que as camadas menos educadas são as mais desinteressadas das eleições. Portanto, seriam as primeiras a desertar. O raciocínio é discutível. Por um lado, o ambiente em que se pode ou não votar pode revelar-se muito mais favorável à arregimentação de eleitores em troca de favores, ou a fórçá-los a comparecer às urnas mediante ameaça. Por outro, a atração da praia, do clube ou da viagem, se a eleição cai num dia de sol, pode revelar-se irresistível a ponto de sacrificar o voto mesmo entre os mais bem informados. A conclusão é que o problema não é no eleitorado. Não é nele que se deve mexer. Tê-lo numeroso e abrangente é uma conquista da democracia brasileira. O problema está na outra ponta — a da escola. Não tê-la, ou tê-la em precária condição, eis o entrave dos entraves, o que expõe o Brasil ao atraso e ao vexame.

VEJA, 28 de julho de 2010, p. 162

Esse é um bom exemplo de artigo de opinião. O articulista defende a ideia de que os baixos índices educacionais no Brasil são prejudicias à democracia e sugere que a melhor solução para isso não é restringir o eleitorado, tornando o voto facultativo ou permitindo o voto somente àqueles que possuem determinado grau escolar, mas sim investir em educação. O autor utiliza, como recursos, índices percentuais, opiniões de especialistas em ciência política, historiografia oficial brasileira e intertextualidade – presente no título, que sucita o título do livro A bolsa e avida, de Jacques Le Goff – para construir seu ponto de vista.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O CÃO E A PATA QUEBRADA. UM HOMEM E AS HUMANIDADES

Faz parte de meu dia-a-dia ensinar redação. E, por consequência, corrigi-las. É uma tarefa que me apetece, embora consuma a alma, como dizem. Gosto porque é um momento em que eu posso articular todo meu conhecimento vernáculo, literário, social, filosófico. Gosto também porque é o momento em que posso conhecer mais meus alunos. Saber o que pensam e como pensam. E gosto ainda porque posso, numa pretensão justificada pela pedagogia, dizer o que pensar e como pensar. Eu até tento isso evitar, mas não me termine um texto dizendo que precisamos nos unir, nem o comece fazendo menções à atualidade. Nada contra quem pensa que o problema da criminalidade acontece atualmente e carece de união para ser resolvido, mas há muitas outras coisas para se pensar, ora!

E de tanto redações corrigir, seria hipocrisia dizer que a mecanicidade que emana de toda tarefa corriqueira não atingiu meu trabalho. Atingiu. Sei como começar, como terminar. Sei onde se escondem os problemas de concordância, de ortografia. Sei como certos períodos vão terminar e até mesmo o número de linhas que a produção contém só de olhá-la. Sou perito em destruncar textos – profissional em amarrá-los. Não que eu seja bom. É o hábito. É a linha de produção de produção de textos: escrevem, corrijo, reescrevem. Tudo seguindo a demanda do mercado, as tendências dos últimos vestibulares. Sou, praticamente, um supervisor de fábrica.

Isso me faz frio. Não poupo críticas. Estimulo, sim, mas sou sincero. Risco, sublinho. Circulo sem dó e, se preciso, escrevo outro texto no verso. Não que eu seja bom. É o hábito. Vibro com textos brilhantes, xingo os não tão e, depois de um calhamaço supervisionado, sinto-me satisfeito, como aquele que termina um pedido. Eu confesso que é uma paixão – supervisionar textos, pesquisar a demanda do mercado, atualizar-me com as tendências e, principalmente, poder ler e palpitar sobre o que os outros escrevem é gratificante. Consome-me a alma, mas depois de uma vez consumida...

Talvez seja essa paixão que me atrai mais textos. Sempre há uma monografia extra para corrigir, uma carta. Um e-mail de um amigo para seu professor. É rotina. E reclamo, como quem reclama da esposa ou do emprego. Hoje foi assim. Ajudei minha menina a corrigir os textos dela. Ela também ensina redação e, por consequência, as corrige. Não foi difícil ajudar. Não que eu seja bom. É o hábito. Logo me adaptei aos símbolos e aos parâmetros de correção e lasquei a esferográfica vermelha nos desvios ortográficos, gramaticais e textuais. Foram duas horas entre duas pilhas de papel – a dos corrigidos e a dos por corrigir. E foi mecânico. Supervisionei como sempre. Rápido – sem dó. Vibrando e xingando. Mas não foi assim todo o tempo. Foi até eu me deparar com um desenho de um cachorrinho com a pata quebrada, ao lado de um homenzinho que o ajudava. Era um homenzinho como outrora eu desenhara, quando não sabia corrigir redações; era um cachorrinho como outrora eu desenhara, quando não lia Marx, Aluísio e teorias da evolução. Era uma redaçãozinha de sexta série.

Fazia muito tempo que não via desenhos em redações. É lógico que esse desenho tinha sua razão. Um texto de sexta série – crianças – sobre a solidariedade – crianças. Era desenho colorido, mal colorido, mal desenhado, em perfil. Não entendo de desenhos, mas bom aquele não era. Era contornado a lápis preto, trêmulo. Pitando em múltiplas direções – uma negação. Porém era um desenho em uma redação. Era a expressão não-verbal da solidariedade. Um cão adoecido e um homem disposto a ajudá-lo. Ora, uma patinha quebrada não se ignora. Carece, pois, de ajuda súbita. Que homem seria indiferente diante de um cachorrinho com a pata quebrada?

Essa redação não li. Corrigi apenas o desenho. E assinalei dez. Não vou ler. Não quero manchar a pureza do desenho com a frieza gramatical, com o cientificismo linguístico-textual, nem com o idealismo literário. Às favas tudo isso. Da redação o tema era solidariedade e um cãozinho com pata quebrada sendo ajudado por um homem já é suficiente. Já expressa o necessário e demonstra o que é solidariedade. Existe nenhuma necessidade de o texto ler para saber que essa criança atingiu seu objetivo. Foi claro e incisivo – uma metáfora perfeita. Tratou o tema com proeza. Um humanista? Não. Um solidariedista, esse garoto. Um especialista em solidariedade, capaz de atingir qualquer leitor, como comigo fez.

E que saudades esse texto despertou em mim de meus cachorros desenhados de perfil. E que saudade em mim despertou da época em que também era um solidariedista, um esperancista e dominava tão incisivas metáforas. É que hoje não domino mais nada. Domino o vernáculo, o literário e o social. Sou mecânico. Sei onde se escondem os problemas de concordância, de ortografia. Sei como certos períodos vão terminar e até mesmo o número de linhas que a produção contém. Sou perito em destruncar textos – profissional em amarrá-los. Sou humanista. Cientista das humanidades. Conheço Marx, Aluísio e a teoria da evolução e não pararia para ajudar um cachorro com a pata quebrada. Não que eu não seja bom. É o hábito. Triste hábito.

Que saudades da humanidade. Às favas suas ciências.