terça-feira, 27 de julho de 2010

MORFOLOGIA - PRONOMES DEMONSTRATIVOS

Pronomes demonstrativos são aqueles que indicam a posição de um ser em relação às pessoas do discurso, situando-o no espaço ou no tempo.

Os pronomes demonstrativos são os seguintes:

As formas variáveis este, esse, aquele (e flexões) podem funcionar como pronomes substantivos ou pronomes adjetivos. As formas invariáveis isto, isso, e aquilo sempre funcionarão como pronomes substantivos.

Esta casa foi reformada há pouco tempo.

A casa que ele mandou reformar é esta.

A casa foi projetada por aquele arquiteto.

O arquiteto que projetou a casa é aquele.

Isto não poderia ter ocorrido.

Sandra nunca concordou com aquilo.

Dependendo do contexto, também podem funcionar como pronomes demonstrativos as seguintes palavras: o, a, os, as, mesmo, próprio, semelhante, tal.

O, a, os, as são pronomes demonstrativos quando equivalem a aquele(s), aquela(s), aquilo, isso.

Falaram tudo o que queriam.

As atletas convocadas não eram as que estavam em melhor forma.

Tal é pronome demonstrativo quando equivale a este, esse (e flexões), isso.

Não havia motivos reais para tal comportamento.

Semelhante é pronome demonstrativo quando equivale a este, esse (e flexões) e tal.

Não diga semelhante asneira!

Mesmo e próprio são demonstrativos de reforço. Estarão sempre se referindo a um substantivo ou pronome com o qual deverão concordar.

Ele mesmo preparou o jantar.

Ela própria autorizou a viagem do filho.

Fizeram as mesmas reclamações ao síndico.

Não se deve fazer justiça pelas próprias mãos.

Os pronomes demonstrativos, com exceção de mesmo, próprio, semelhante e tal, podem aparecer unidos a preposições.

deste, desta, disto (= de + este, esta, isto)

nesse, nessa, nisso (= em + esse, essa, isso)

daquele, daquela, daquilo (= de + aquele, aquela, aquilo)

àquele, àquela, àquilo, etc. (= a + aquele, aquela, aquilo)

Emprego dos ponomes demonstrativos

1. Os pronomes demonstrativos podem ser utilizados para indicar a posição espacial de um ser em relação às pessoas do discurso.

a) Os demonstrativos de primeira pessoa (este e flexões, isto) indicam que o ser está próximo à pessoa que fala.

Esta menina que está aqui ao meu lado se chama Lúcia.

Este livro que trago comigo é um romance.

Isto que eu tenho nas mãos é uma chave.

b) Os demonstrativos de segunda pessoa (esse e flexões, isso) indicam que o ser está próximo à pessoa com quem se fala.

Essa menina que está aí ao teu lado se chama Lúcia.

Esse livro que tu trazes contigo é um romance.

Isso que você tem nas mãos é uma chave.

c) Os demonstrativos de terceira pessoa (aquele e flexões, aquilo) indicam que o ser está próximo à pessoa de quem se fala, ou distante dos interlocutores.

Aquela menina que estuda na outra sala se chama Lúcia.

Aquele livro que está lá na biblioteca é um romance.

Aquilo que está ali nas mãos de Pedro é uma chave.

2. Os demonstrativos servem para indicar a posição temporal, revelando proximidade ou distanciamento no tempo, em relação à pessoa que fala.

a) O demonstrativo de primeira pessoa este (e flexões) revela tempo presente ou bastante próximo do momento em que se fala.

Hoje é feriado, por isso desejo aproveitar este dia.

Desejo viajar ainda nesta semana.

b) O demonstrativo de segunda pessoa esse (e flexões) revela tempo passado relativamente próximo ao momento em que se fala.

Na quarta-feira passada fiz aniversário; nesse dia reuni-me com os amigos.

No mês passado completei dezoito anos; nesse mesmo mês tirei a carteira de habilitação.

c) O demonstrativo de terceira pessoa aquele (e flexões) revela tempo remoto ou bastante vago.

Em 1970, a seleção brasileira de futebol era imbatível. Naquele ano, o Brasil se sagrou tricampeão mundial.

3. Os pronomes demonstrativos podem indicar o que ainda vai ser dito e aquilo que já foi dito.

a) Devemos empregar este (e flexões) e isto quando queremos fazer referência a alguma coisa que ainda vai ser dita.

Espero sinceramente isto: que sejam chamados os melhores.

Estas são as qualidades de um bom texto: clareza, correção, elegância e concisão.

b) Devemos empregar esse (e flexões) e isso quando queremos fazer referência a alguma coisa que já foi dita.

Que sejam chamados os melhores; é isso que espero.

Clareza, correção, elegância e concisão; essas são as qualidades de um bom texto.

c) Emprega-se este em oposição a aquele quando se quer fazer referência a elementos já mencionados. Este se refere ao mais próximo; aquele, ao mais distante.

Matemática e literatura são matérias que me agradam: esta me desenvolve a sensibilidade; aquela, o raciocínio.

Em expressões como por isso, além disso, isto é, o uso dos demonstrativos nem sempre está em conformidade com as regras. Nessas expressões, sua forma é fixa.

FONTE: NICOLA, J; TERRA, E. Minigramática. São Paulo: Scipione, 2002.

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